Capítulo 15
Não é de se surpreender que esse casal tenha escolhido a inseminação artificial ao invés de uma conceção natural. Provavelmente, até nisso eles não se harmonizavam.
Bruna sussurrou baixinho: “Aquela menina sumiu, é quase certo que ela já se foi. Uma mãe é valorizada pelo seu filho, se você conseguir conquistar o coração do Sr. Felipe, não é impossível que você substitua a Sra. Silva.”
Ângela Alves nem ousava tentar, faltava–lhe confiança e, mais ainda,
coragem.
Um era da realeza, o outro era o amor inalcançável, ela apenas uma simples mortal. Mesmo que treinasse por mais cem anos, não conseguiria substituí–las.
“Bruna, eu sou uma pessoa comum, não posso ser uma senhora de uma família rica. Só preciso que o Sr. Martins trate bem o nosso filho, e isso já me basta.”
Um coadjuvante deve conhecer seu lugar, não pode ser presunçoso e voar em direção ao fogo.
O parceiro ideal para ela seria alguém de sua própria classe, alguém que a amasse e respeitasse.
Bruna parecia querer dizer mais alguma coisa, mas se calou, soltando apenas um suspiro em silêncio.
Após uma conversa casual, Ângela Alves estava quase certa de que Tina era a pessoa por trás das fofocas, com Kelly como sua cúmplice. Ela começava a suspeitar da “cirurgia de aborto” e esta era uma tentativa de sondagem.
Não podia ficar sentada esperando o pior, tinha que fazer alguma
coisa.
Sentada no sofá, pegou o celular e começou a navegar pelo feed de
notícias.
Alguém havia postado um cartaz: Exposição de Fotografia de Elton.
Seria já no dia seguinte.
Elton!
Um renomado fotógrafo global, cada foto dele é uma obra de arte. colecionável.
Ao ver aquele nome, Ângela Alves sentiu um arrepio, como se uma corda de violino tivesse sido tocada, e seus pensamentos lentamente
voaram para longe…
No dia seguinte, durante o intervalo do almoço, ela foi à galeria de arte. Não ficava longe da empresa, apenas duas estações de metrô.
A galeria estava repleta de fãs que vieram de longe.
Os olhos de Ângela Alves pousaram em uma das fotos, e suas pupilas
se dilataram.
Na foto, uma garota de perfil contra a luz do sol, seus cabelos negros esvoaçando ao vento, linda como um anjo que caíra do céu.
“Esta é uma das minhas peças de coleção de anos atrás, ela é a menina mais linda que já vi.”
Uma voz profunda e magnética veio de ao lado, fazendo o coração de Ângela Alves tremer. Ela virou–se abruptamente.
Um rosto gentil e bonito apareceu diante de seus olhos.
“Oi, Angela, quanto tempo não nos vemos.”
O sorriso encantador do homem era como um raio de sol que há muito
não via, aquecendo o coração tranquilo de Ângela Alves.
“É realmente você, eu pensei que pudesse ser outra pessoa com o mesmo nome.”
“Provavelmente sou o único fotógrafo com esse nome.” Elton deu de ombros. “Como a protagonista da foto, você não se importa que eu a exiba, certo?”
Ângela Alves sorriu levemente. “Não me importo, já transferi os direitos de imagem para você.”
Ela e Elton se conheceram durante uma viagem há três anos e depois perderam contato. Nunca imaginou que se reencontrariam em uma exposição de fotografia na Cidade Mar.
Nesse momento, um grupo de fãs da associação de fotografia correu para cercar Elton, querendo autógrafos e fotos.
Ângela Alves foi empurrada para fora, olhando–o de longe através da multidão.
Ela se lembrava de tentar ligar para ele após a viagem, mas ele estava sempre com o telefone desligado.
187
Ele provavelmente não queria mais contato. Para ele, ela nem sequer contava como amiga.
Ela baixou a cabeça com um sorriso triste e se virou para sair.
“Ângela Alves…”
Ela estava prestes a sair quando Elton a alcançou.
“Desculpe, hoje estou muito ocupado. Podemos trocar nossos números de WhatsApp? Assim podemos marcar para nos
encontrarmos outro dia.”
“Claro.” Ângela Alves pegou o celular e adicionou o contato dele no WhatsApp.
15:00
No caminho de volta, ela deu uma olhada curiosa no perfil dele: estava vazio, sem conteúdo, provavelmente era um número secundário, assim como o antigo número de telefone.
Dizer que iriam se encontrar novamente era provavelmente apenas uma formalidade.”
Ele era um fotógrafo famoso, e ela apenas uma pequena designer desconhecida. A diferença entre eles era grande.
Ela teria que se esforçar. Um dia, se tornaria uma estrela no mundo da joalheria, fazendo todos aqueles que a menosprezavam olharem para ela com admiração.
Força, Angela Alves!
No fim de semana, aconteceu o lançamento da nova coleção, “Série Linguagem das Flores” da GM.
Era o primeiro evento de lançamento desde que Felipe assumiu o
cargo.
Para Ângela Alves, o significado também era imenso; embora o nome do designer não fosse o dela, cada modelo havia sido desenhado por
ela mesma.
Kelly ocupava o cintilante posto de designer chefe, enquanto Ângela se escondia em um canto discreto, longe dos olhares alheios.
Felipe chegou acompanhado de Tina.
Ele usava um terno azul meia–noite feito sob medida, e com seus 189cm de altura e proporções dignas de um modelo de topo, fazial qualquer um parecer desbotado ao seu lado..
Ângela Alves tinha que admitir, ele era o tipo de homem que rompia os limites estéticos da humanidade, com um rosto tão meticulosamente esculpido que nem sob uma lupa se encontraria um defeito.
Capitulo 15
Tina usava um vestido de alta costura Versace, e o colar de diamantes rosados em seu pescoço brilhava intensamente, um presente del noivado de Domingos Martins.
De modo inconsciente, Ângela Alves recuou para as sombras.
Embora o grande patrão não gostasse de Tina, ele provavelmente ainda se casaria com ela, já que eram uma combinação de status e linhagem.
O design da nova coleção da GM era de tirar o fôlego.
Kelly estava no palco, banhada em flores, aplausos e elogios.
Ângela Alves a observava fixamente, com um olhar que aos poucos se tornava sombrio, como se invadido pela frieza da noite.
Após o lançamento, haveria uma festa de comemoração.
Ela caminhava pelo corredor, fora do salão de festas, segurando uma
pasta.
Felipe vinha em sua direção.
Naquele dia, Ângela Alves vestia um longo vestido amarelo claro e seu cabelo estava preso num coqué simples. Sem maquiagem, sua beleza era pura e radiante.
Felipe a olhou com uma ponta de surpresa.
“Oi, Sr. Martins!“, ela cumprimentou educadamente, sem parar, seguindo em frente.
No momento em que se cruzaram, um conjunto de papéis caiu da pasta dela.
Felipe lançou um olhar indiferente e parou de repente.
