Capítulo 378
Vitória Martins disse: “Ouvi dizer que ela ainda tem uma ligação com o Elton, que, doente, foi internado no hospital e ela o visita todos os dias, criando um clima bem tenso entre Elton e a
Lisa.”
“Ela foi levar o Galeno para visitar o Elton, com a minha permissão. Afinal, o Galeno é filho dele e tem o direito de vê–lo.”
Felipe disse, levantando–se. “Vitória, a Ângela é minha esposa e eu espero que você a respeite.”
Deixando as palavras no ar, subiu as escadas.
Vitória torceu o nariz, pensando que se Leila ainda estivesse viva, jamais uma mulher sem nome conseguiria casar–se com seu irmão.
A matriarca da familia Martins deveria ser alguém da alta sociedade, uma verdadeira joia rara. Mas agora era uma mulher de origem humilde que, na sua visão, envergonhava a familia.
No jardim, Lourdes consultou o tarô para Ângela.
Desta vez, Angela tirou a carta do Carro.
Lourdes arregalou os olhos, assustada. “Cunhada, o Carro significa guerra. Parece que sua vida conjugal logo será um campo de batalha. Você deve ter muitas rivais.”
Angela suspirou. “Você sabe por que eu não quero sentar no lugar da Senhora da familia Martins? Porque tenho rivais demais. Há muitas mulheres querendo me derrubar. Não são apenas pessoas, mas também entidades sobrenaturais.
Sua última afirmação capturou imediatamente o interesse de Lourdes, que não só gostava de taro, como também era fascinada pelo sobrenatural.
“Que tipo de entidade? Você viu algo?”
Angela baixou a voz. “Vou te contar, mas tem que ser nosso segredo.”
Lourdes acenou afirmativamente, fazendo o gesto de fechar o zíper dos lábios. “Eu prometo.”
Ângela cobriu a boca discretamente e sussurrou: “Na noite da virada, eu vi a Leila.”
“O quê?” Lourdes ficou chocada, os olhos arregalados como sinos, e seu queixo quase caindo.
“Tem certeza de que era ela?”
Angela pegou o celular e mostrou uma foto que ela mesma havia desenhado. “Este é o meu desenho. Parece com ela?”
Lourdes assentiu vigorosamente. “É ela, é ela! Eu ouvi dizer que quando morreu, estava usando um vestido vermelho. Morrer de vermelho traz má sorte.”
Enquanto falava, um vento frio soprou, carregando uma sensação fantasmagórica que fez as
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Capitulo 378
duas tremerem.
Ângela esfregou os braços. A ideia de uma mulher fantasma de vermelho era algo saído diretamente de um filme de terror.
“É estranho. Ela morreu há quase seis anos. Por que apareceria agora?”
Lourdes questionou: “O Felipe está a par disso?*
Ângela confirmou com a cabeça. “Eu contei para ele, mas ele não acredita. Acha que alguém está se passando pela Leila para nos assustar. Mas quem poderia ser tão parecido com ela? Ela não tinha uma irmã gêmea, só a Helena.”
Lourdes sorriu e acenou com a mão. “Felipe é um firme materialista, nunca acreditaria nessas coisas. Ele nem acredita em tarô.”
Ângela deu de ombros. “Principalmente porque ele não viu com os próprios olhos, imagino que seja porque ele tem muito energia em seu corpo, os espíritos não se aproximam.”
Lourdes inclinou–se para frente, misteriosa. “Há outra possibilidade. Ela pode estar vindo atrás de você, e por isso você consegue vê–la.”
“Vindo atrás de mim?” Ângela estremeceu. “Sem nenhum motivo aparente, por que ela me procuraria?”
Lourdes falou sério: “Você roubou o coração do Felipe, sabia? Leila era o grande amor de Felipe, mesmo depois dela ter partido, ele não conseguia esquecê–la e nunca mais namorou ninguém. Agora que você ocupou o lugar dela, ela deve estar incomodada e veio acertar as contas com você.”
Ângela ficou atordoada.
Como ela poderia ter tomado o lugar de Leila? *
Leila era o amor eterno de Felipe, sua queridinha, insubstituível.
O que ele sentia por ela era só um encanto passageiro, nada a ver com amor de verdade.
“Você acha que eu deveria procurar um pai de santo para fazer uma missa para ela; ajudá–la a encontrar paz e reencarnar logo?”
