Capítulo 835
Ela ouviu novamente o som de engolir que vinha de sua garganta e sabia bem o que isso significava.
Tomada pelo pânico, ela se endireitou rapidamente, ajeitando–se no assento do passageiro para aumentar a distância entre eles.
Com o olhar inquieto fixo na estrada à frente, ela disse: “É melhor voltarmos logo, as crianças já devem ter saído da escola e estão à nossa espera em casa.”
Daniel olhou para ela com os seus olhos sombrios e embaçados pela névoa, mas não insistiu mais e conduziu o carro.
O veículo retomou seu curso sobre o alcatrão, e tudo estava tranquilo novamente.
Olivia suspirou aliviada, sentindo que Daniel estava definitivamente irritado. Mas por que ele havia contido sua raiva, evitando fazê–la pagar um preço ainda mais alto?
Depois da confusão, ela rangeu os dentes em silêncio, subestimando a língua solta de Vicente, tão inclinado a coscuvilhar que não pôde deixar de contar a Daniel até mesmo aquele pequeno incidente!
Esse patrão maldito!
Ela jurou que se iria demitir em breve!
O carro parou no pátio da Villa Serenidade, e Olivia, ansiosa, saiu rapidamente, caminhando em direção à casa.
“Sr. Fábio, nos leve à casa da vovó!” Heitor pediu na liderança, com um jeito fofo e determinado.
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Iria cruzou os braços, com um tom manhoso: “Isso, leve–nos à casa da vovó, ou então vou chorar, você vai ver.”
“Na casa da vovó tem a mamãe e a vovó, nós queremos ir.” Os olhos de Joel brilhavam com lágrimas, iniciando sua performance de dar pena.
“Vovó, mamãe!” Inês apertou as mãos em punhos ao lado da cintura, exibindo toda a sua determinação.
Fábio, limpando as gotas de suor na testa, tentou acalmar as crianças com um sorriso, disse: “Seu pai comprou muitos brinquedos para vocês, brinquem com eles agora. Quando ele voltar, pediremos que ele vos leve, tudo bem?”
Sem uma ordem de Daniel, Fábio realmente não ousava levar as crianças para ver a avó delas.
“Não quero, eu quero o barquinho de papel que a vovó fez para mim. Mas o barquinho se desfez quando ficou molhado no banho.” Iria fez um biquinho, lamentando o precioso barco de
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papel que se desmanchou na água.
“Eu também quero o leque de papel que a vovó fez.”
“Eu quero uma pistola.”
“Eu quero um avião de papel!”
Fábio estava sem saída. Daniel tinha comprado brinquedos tão luxuosos e sofisticados para eles, mas as crianças só gostavam dos brinquedos feitos de jornal pela avó.
Eles nem queriam os que ele fazia.
Essas crianças eram realmente mais difíceis de agradar do que ele imaginava.
“Heitor, Joel, Iria, Inês. Não compliquem a vida para o Sr. Fábio.” Olivia entrou na sala e falou docemente.
Ela viu Fábio suando em bicas e soube que ele estava numa situação difícil, então falou para ajudá–lo a resolver o problema.
Quando ela falou, as quatro crianças viraram a cabeça ao mesmo tempo e, ao verem Olivia, seus olhos infantis brilharam de imediato, correndo em sua direção.
“Mamãe, você voltou!”
“Se você não voltasse, iríamos te procurar.”
“Mamãe, o que aconteceu com a sua boca?”
As crianças a cercaram, abraçando suas pernas e puxando suas calças, olhando para ela com olhares adoráveis e curiosos.
Iria de repente fez uma pergunta penetrante.
Olivia rapidamente levou a mão à boca, sentindo uma dor ardente ao toque. Sem precisar de um espelho, ela podia dizer pelo toque que os seus lábios estavam inchados.
Foi o beijo que Daniel tinha dado nela, que durou mais de vinte minutos, que fez os seus lábios incharem.
Antes que ela pudesse responder, Daniel apareceu por trás dela, com uma presença imponente e uma estatura alta. Ao se aproximar, a sua sombra foi suficiente para cobri–la por completo.
O coração de Olivia se apertou, e as explicações que ela tinha preparado se tornaram constrangedoras e embaraçosas: “É só uma alergia, vou passar gelo e vai melhorar.”
Enquanto falava, ela nem ousava deixar o seu olhar encontrar o de Daniel, temendo que ele desmascarasse a sua mentira benevolente em às frente às crianças.
